Somos todos humanos!

 Quem viu as cenas de arrastão na região da Cracolândia, em São Paulo, na semana passada, provavelmente pensou o que faria se estivesse no lugar daqueles motoristas, com seus carros cercados por pessoas desnorteadas, levando tudo que pudessem dos seus bens materiais. Alguns motoristas avançaram, outros permaneceram parados e me chamou muito a atenção o depoimento de um deles:

“Eu tinha algumas pessoas penduradas no meu carro. Se eu ando ali, provavelmente eu machucaria no mínimo três [pessoas] e eu não sei se conseguiria conviver com isso. O prejuízo já tinha acontecido, eu preferi ficar com o prejuízo que eu enxerguei do que sair andando, passar por cima de alguém e não saber o que aconteceu. Esse peso na consciência eu não quis assumir.”

Mesmo na situação em que estava, este homem enxergou seres humanos do lado de fora. São Paulo é uma cidade gigantesca e acelerada, que por suas características já nos faz enxergar menos ao outro, principalmente aos cerca de dois mil dependentes químicos que vagam pelo centro da cidade, naquelas ruas que muito prefeririam fechar e esquecer que existem. 

Não é assim que deve ser. Precisamos entender que o uso de drogas é um problema social que atinge a todos direta ou indiretamente e que cada uma daquelas pessoas tem uma história de vida, seus próprios dilemas e, muitas vezes, um caminho de volta – que só vai existir se tivermos o mesmo olhar que este homem teve.

Acesse aqui a notícia citada.



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