São Paulo, uma cidade que conduz






‘Non ducor, duco’. 


Aos que não conhecem, apresento: este é o lema da cidade de São Paulo. A expressão, presente em seu brasão, é em latim e, traduzida para o português, significa ‘não sou conduzido, conduzo’. A frase está lá desde 1916, para lembrar a todos do papel de protagonismo e liderança que a capital paulista exerce no país. Desde os tempos do Brasil Império somos sua locomotiva econômica, referência em oportunidades de trabalho e produção de conhecimento.

A atabalhoada gestão petista será uma marca negativa nessa trajetória, mas o recado das urnas no último domingo foi claro: o paulistano quer um gestor que coloque a cidade de volta no patamar que lhe é de direito. Quer menos ideologia e mais resultado.

Dória foi escolhido e definitivamente não foi à toa. O lema ‘João trabalhador’ funcionou bem porque representa exatamente aquilo que o paulistano é e quer ver refletido em seu prefeito. Enganam-se os petistas que acreditam que por aqui a prática do assistencialismo puro e barato vai colar. Não vai. O paulistano quer economia forte e oportunidade para gerar sua própria prosperidade.

Dória vai enxugar a máquina pública e acabar com o cabidaço instalado por Haddad. Vai diminuir o número de secretarias de 27 para 20. Com a economia de recursos vai dar à população o investimento que a última gestão insistiu em afirmar que não era possível. As primeiras atitudes como prefeito eleito mostram que teremos à frente da cidade agora alguém que se expõe, dá acara a tapa para falar de suas decisões. Não vai governar do alto de seu gabinete. A transparência dará segurança à população e ao mercado.

Os jornais do dia 6 já estampavam também a decisão de criar pastas no governo dedicadas à digitalização dos processos e divulgação de dados da Prefeitura, além de uma voltada aos contratos de PPPs (parcerias público-privadas), que ganharão musculatura na sua gestão. Decisão acertada. O acesso à informação é fundamental e a iniciativa privada é definitivamente uma aliada fundamental e não um inimigo a ser combatido.

E para aqueles que insistem em ressaltar o número de abstenções e votos brancos e nulo, eu digo que o ‘choro é livre’. A escolha de não votar é também um ato cívico. É parte do processo democrático. O resultado é que aqueles que escolheram votar fizeram escolhas mais conscientes e pensadas. Aqueles que preferiram não manifestar nenhuma opção disseram amém à escolha dos demais. Isso merece uma discussão, mas definitivamente não torna menos legítima a decisão.

As eleições não são mais um carnaval. Não fossem os rios de papel espalhados no chão, domingo pareceria um dia normal, como qualquer outro. Isso é parte do amadurecimento democrático de uma nação. Os brasileiros sabem bem que, além de colocar, tiram também da gestão aqueles que não desempenharem bem o seu papel. O voto se tornou uma etapa. A população deu a Dória uma chance e agora ele terá olhos atentos voltados à suas ações. 

Confio que não decepcionará.

Comentários

  1. Parabéns pelo comentário lúcido. Concordo plenamente com ele. Sobre os votos nulos, brancos e abstenções faço parte daqueles que considera importante revermos e rediscutirmos a obrigatoriedade do voto pois se como você disse o eleitor tem o direito de optar por não votar em ninguém, é pouco inteligente obrigá-lo ir à seção eleitoral manifestar essa sua escolha.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas